STUXNET - vírus como arma de guerra.

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21_Sokol1
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STUXNET - vírus como arma de guerra.

Post by 21_Sokol1 »

Circula por ai que este sofistica vírus teria sido desenvolvido com apoio de um governo (americano?) para ser usado contra o ciberespaço inimigo - Iran, Coreia do Norte, China...

O governo iraniano admitiu que computadores de técnicos ligados ao seu programa nuclear foram afetados.

http://oglobo.globo.com/tecnologia/mat/ ... 896365.asp

http://noticias.terra.com.br/noticias/0 ... 88,00.html

O que deve acontecer de "efeitos colaterais" ... :lol:

Sokol1
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11_Aerroc
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Re: STUXNET - vírus como arma de guerra.

Post by 11_Aerroc »

E isso é gravíssimo!
Coisas que até então aconteciam somente em ficção científica, daquelas onde um hacker pode controlar qualquer máquina tornam-se totalmente possíveis.
Pois é isso que este vírus faz!

Hoje praticamente todas as máquinas, sistemas e plantas industriais possuem pelo menos um CLP (Controlador Lógico Programável), que é o que podemos chamar de o computador da máquina.
E normalmente é utilizado em conjunto um software SCADA (Supervisory Control And Data Acquisition) rodando em um computador com Windows, onde através deste software se faz a monitoração e alteração de dados do programa que roda no CLP da máquina, ou seja, é basicamente um monitor e teclado do CLP da máquina, onde se pode controlar a máquina.
E salvo raríssimas exceções, este sistema sempre está conectado a alguma rede para receber ordens de produção e manter os registros de controle de qualidade atualizados.

E é neste software Scada (que roda no windows...) que o vírus atua, permitindo o acesso remoto, ou seja, com isso pode-se remotamente fazer praticamente tudo o que imaginar nesta máquina ou sistema, como alterar o processo de fabricação de um produto, tirando-o das especificações e denegrindo a confiança do mercado na empresa atacada, imaginem numa indústria farmacêutica, lembram que a diferença entre o remédio e o veneno é a dose!? Pode-se danificar equipamentos importantes e de demorada reposição, e por que não um acidente numa usina hidrelétrica ou nuclear, pois nunca se pensou num ataque deste tipo, portanto absolutamente tudo é controlado pelo software Scada.

Agora, vou dar alguns pitacos: Acho improvável (ou por que não, impossível!) que este tenha sido o primeiro ataque do tipo e também não acho tão certo que tenha sido um governo, pois milhões ou bilhões podem ser lucrados e perdidos com um vírus deste. Qualquer empresa de concorrência agressiva pode ter formado um time de engenheiros de software e desenvolvido o vírus com o objetivo de roubar uma fórmula ou prejudicar um determinado concorrente. Assim obtendo um resultado ($$) estrondoso, rápido e com "baixo custo".
E talvez este vírus StuxNet tenha sido tão eficaz no modo de chegar até o alvo que chegou a diversos (milhares) de outros alvos. É pra se pensar...

Mas sei que este acontecimento mudará consideravelmente a forma de se projetar e programar um sistema deste e com certeza novas tecnologias e hardwares surgirão.

Este é o CLP S7-300 da Siemens, um dos mais utilizados hoje.
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E estes são alguns exemplos de aplicação do software Scada
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Aerroc
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31_CrossBones
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Re: STUXNET - vírus como arma de guerra.

Post by 31_CrossBones »

:Skull_anim:

S!

Já vi isso antes 8)

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SP!
Os políticos são como as fraldas: devem ser trocados constantemente, e sempre pelo mesmo motivo.

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11_Aerroc
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Re: STUXNET - vírus como arma de guerra.

Post by 11_Aerroc »

31_CrossBones wrote::Skull_anim:

S!

Já vi isso antes 8)

SP!
Alguém pediu a sua opinião!?!? :^)
:rock: :rock: Toma o troco, Seu Monstro!! :rock: :rock:
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07_Phantom
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Re: STUXNET - vírus como arma de guerra.

Post by 07_Phantom »

O que me perturba é que mesmo nos dias atuais, organizações, sejam quais forem, ainda deixam seus sistemas conectados. Entendam, não estou pregando o fim das redes, mas contestando a necessidade de mantê-las ligadas a outras redes de onde podem vir estes perigos.

Acredito que, quando mais crítico o processo ao qual a rede da corporação está ligada, maior deve ser a sua desconexão do mundo. E não falo apenas do virtual, no sentido da internet, digo tb de acesso físico limitado.

Se eu fosse o chefe de segurança do programa nuclear Iraniano, meus técnicos nunca entrariam no CPD com computadores pessoais e pen drives, DVD, CD seriam terminantemente proibidos além disso, é claro, manteria os CPDs mais críticos "off-line" do mundo. A meu ver isso é o B, A, BA da segurança.

É tudo uma questão de avaliar o risco/segurança frente à criticidade do processo, no tocante a custo e danos possíveis à corporação (queria [quero] falar disso na minha dissertação de mestrado, mas a UFRJ não quer deixar UAHUHaUA).
SP!
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11_Aerroc
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Re: STUXNET - vírus como arma de guerra.

Post by 11_Aerroc »

Ph, eu não tenho domínio sobre redes corporativas, mas não vejo como separar fisicamente das redes industriais, pois estes sistemas precisam estar conectados a um servidor que vai gerar as ordens de produção, e para piorar, esse servidor precisa receber os dados do cara lá de vendas, por exemplo, que obrigatoriamente precisa receber emails, e muitas vezes é inevitável que ele tenha acesso a web.
Hoje é tudo muito on-line e real time. Para ter uma idéia, os assentos saem da fábrica direto para a linha de montagem de carros e na seqüência exata dos modelos que já estão sendo montados.
Relatórios de produção e qualidade ficam disponíveis para acionistas e/ou clientes em tempo real.
O departamento de engenharia tem que passar o desenho da peça para a máquina produzir, e este mesmo computador da engenharia tem que acessar estes desenhos e outros dados num servidor da matriz na Alemanha... e por aí vai.

Até mesmo quanto aos meios físicos, estes sistemas sempre sofrem alterações e atualizações na sua programação, pois é necessário, e então acontece a troca de arquivos, a conexão de outros computadores, pendrives e etc. Mas não há outra forma, pois um programa pode levar meses para ser desenvolvido e será feito em outro local, com outros computadores onde haja a licença do compilador e etc. E sempre há a necessidade de se copiar uma biblioteca, ou outra coisa, de um outro computador.

É uma questão que está mostrando claramente que tem que ser estudada mais a fundo. Mas acho que são poucos os casos que serão possíveis resolver deixando off-line.

Espero que não tenha ninguém que trabalhe na Sadia por aqui...
Mas a manutenção da Sadia é uma dor de cabeça para nós, justamente por que eles não tem nenhum acesso a internet, nem drives de CD, nem nada. Com isso eles frequentemente trabalham sem informações, e com uma qualidade técnica muito baixa. Se eles precisam alterar um parâmetro de um equipamento, fazem sem manual, pois não têm como baixa-lo do nosso site. Isso também gera prejuízos, posso te dizer por experiência.

E para ficar mais complicado o assunto: as redes fieldbus (rede interna da máquina, que conecta o CLP a cada componente da máquina) que estão bombando no momento, que todos os fabricantes migraram ou estão migrando, são todas variações de protocolos que fluem como dados dentro do TCP/IP e UDP via Ethernet, bem padrão para manter a compatibilidade das redes (!!! ficou até cômico com este novo cenário!!!). Ou seja, tudo, até uma simples válvula dentro da máquina está fisicamente conectada a rede ethernet!
Que beleza, né!?

Lembra aquela frase sobre segurança ser uma "meta" (ou algo assim)? Acho que o mesmo passará a valer para as máquinas, que no momento são indivíduos numa rede normal, como um computador, mas com uma capacidade de causar estragos um pouquinho maior. :^)

Mas com certeza, com este vírus rondando por aí, alguns sistemas que podem oferecer riscos potenciais deveriam ser desconectados imediatamente!
Uma solução que eu imagino seria separar estas redes através de um meio físico e protocolo extremamente limitado, e não ethernet onde as possibilidades são infinitas.

07_Phantom wrote:...(queria [quero] falar disso na minha dissertação de mestrado, mas a UFRJ não quer deixar UAHUHaUA).
Agora que surgiu este vírus e esta situação meio que inusitada, pode ser que as opiniões da UFRJ mudem, pois creio que a partir de então este assunto se tornará um "conceito básico", me entende? Enfatize o novo cenário. Vou ficar torcendo por aqui!!
Aerroc
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Re: STUXNET - vírus como arma de guerra.

Post by 07_Phantom »

Aerroc,

dado interessante, não tinha idéia de que a integração já chega a esse ponto.

De qualquer maneira, o complicado é dosar a segurança (dai a minha idéia para a dissertação ;), uma métrica ajudaria muito) pois existem casos que, apesar dos prejuízos, acredito será melhor manter-se offline do que correr riscos. Um bom exemplo seria o tal programa nuclear Iraniano.

E note que o manter offline nem é simples, veja o que os cara precisam inventar para isso: http://www.newscientist.com/article/dn6 ... -safe.html.

Pois, se a segurança não é um estado, mas uma meta ( ;) ), é preciso focar nessa meta para não perder o rumo, seja para mais ou para menos.
SP!
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