Carta de um ex-marido desesperado

[26_Ancião]

S!

Essa e muito boa


Carta de um ex-marido desesperado

Querida Ana:

Eu sei que o Juiz disse que não deveria haver contato entre nós durante o
nosso
processo de divórcio, mas eu não consigo agüentar mais.
No dia em que você me deixou, eu jurei que nunca mais lhe dirigiria a
palavra.
Mas isso, agora eu vejo, era só mágoa dentro de mim...
É que sou orgulhoso, não queria ser o primeiro a ceder.
Na minha fantasia, era você que voltava rastejando para mim.
Mas agora vejo que o meu orgulho está me custando muito caro.
Estou farto de fingir que não preciso de você.
E já não me importo em ceder. Aliás, não me importo mais com nada.
Talvez seja a hora de deixar meu coração falar ainda mais alto que minha
dor.
E isto é o que o meu coração diz...
Não há ninguém como você, Ana.
Eu a procuro nos olhos, nos seios e em outras partes de cada mulher que
vejo,
mas elas não são você.
Há alguns dias encontrei uma mulher em um bar e levei-a para casa.
Não digo isto para magoá-la, mas apenas para ilustrar a profundidade do meu
desespero.
Ela era bem nova, talvez 19, com um daqueles corpos perfeitos que só a
juventude
e toda uma adolescência em uma academia são capazes de esculpir.
Quero dizer, um corpo perfeito.
Seios que não dá para acreditar e uma bunda tipo carapaça de tartaruga,
redonda e dura.
O sonho de qualquer homem, entende, Ana?
Mas isso não vem ao caso. Mas enquanto estava sentado no sofá sendo chupado
por
essa jovem deslumbrante, na verdade estava longe, pensava em você e naquilo
que
um dia consideramos realmente importante em nossas vidas...
Era tudo tão superficial.
O quê um corpo perfeito significa?
Será que a tornava melhor na cama? Bem, naquele caso, sim.
Mas você vê onde quero chegar?
Será que isso tornava aquela jovem uma pessoa melhor?
Será que ela tinha um coração melhor do que a minha moderadamente atraente,

Ana?
Duvido.
Eu nunca tinha pensado nisso antes.
Não sei, talvez esteja amadurecendo um pouco...
Mais tarde, depois de ter despejado alguns decilitros de iogurte nela, dei
por
mim: "porque é que me sinto tão esgotado e vazio?"
Não era apenas a sua técnica perfeita e a sua fome de sexo e luxúria, mas
algo diferente.
Um sentimento de perda.
Porque é que me sentia tão incompleto?
E então percebi.
Não senti a mesma coisa porque não era você quem estava lá, Ana, percebe o
que quero dizer?
Nada em minha vida tem significado ou sentido sem você.
Por favor, Ana, estou enlouquecendo sem você.
E tudo o que faço me lembra você.
Lembra da Carolina, aquela mulher monumental que encontramos naquele
resort, nas
férias do ano passado?
Pois bem, não sei como, um dia ela apareceu aqui em casa, com um pirex de
lasanha.
Ela disse que imaginava que eu, sem uma mulher por perto, poderia não estar
comendo direito.
Só mais tarde é que pude avaliar o que ela verdadeiramente queria dizer com
"comendo direito", mas não é sobre isto que quero falar.
De qualquer maneira, bebemos uns copos de vinho e passado um tempinho
estávamos
jogando duro naquele nosso velho quarto. Que bolão, Ana, ela correndo nas
onze
e batendo com as duas, e eu só levando no toque...
Ana, a devassa é um verdadeiro animal selvagem na cama!
Ela fez de tudo, sabe, como uma verdadeira fêmea faz quando não está
preocupada
com o peso, com sua carreira ou se os filhos estão ouvindo, entende?
E de repente, ela viu aquele velho espelho giratório que fica em cima da
cômoda
que era da sua avó, lembra-se, Ana?
Então ela agarrou o espelho e colocou-o no chão, de maneira tal que
podíamos
observar tudo o que estávamos fazendo... Que mulheraça, que criatividade...
Era uma sensação espetacular, mas isso me deixou triste também.
Tudo porque não conseguia deixar de pensar, "Porque é que a Ana nunca pôs o
espelho no chão? Temos esta cômoda há anos e a Ana nunca a usou desta
forma."
Por fim, para encerrar, no sábado retrasado, a sua irmã passou aqui com a
ordem
judicial que me proíbe de me aproximar de você. Conversamos longamente.
Desde então ela tem vindo aqui regularmente e tem me dado apoio e valiosos
conselhos sobre você e as mulheres em geral.
Quero dizer, embora a Paula, com aquele corpão delicioso, seja ainda quase
uma
menina, tem se revelado muito madura e tem sido uma verdadeira amiga para
mim
durante estes tempos difíceis.
E ela está realmente empenhada em que nós fiquemos juntos novamente, Ana.
Está mesmo.
Então, numa destas ocasiões, estávamos bebendo uns drinks em meio à espuma,
dentro da nossa banheira, e falando de tempos mais felizes que ela sabe que
vivemos juntos, Ana, eu e você.
Ali estava uma adolescente linda, com seu mesmo DNA, e eu só pensando em
você,
Ana, sem conseguir conter as lágrimas.
Nesse dia, numa brincadeira, meio que por acaso, acabei descobrindo que a
Paula
adora sexo anal, o que me fez lembrar das inúmeras vezes que insisti
inutilmente para que experimentássemos isso, o que talvez pudesse ter
realimentado a nossa paixão...
Ana, sabe que, na verdade, mesmo quando estou metendo por trás em sua irmã
caçula, tudo o que consigo fazer é pensar em você?
É verdade, Ana.
E é do fundo do meu coração, você sabe disso.
Não acha que poderíamos nos dar outra chance, começar de novo, Ana?
Acabarmos com as ressentimentos, com os mágoas e recomeçar tudo do zero?
Eu acho que podemos, sim, Ana.
Se você também sente o mesmo, por favor, mas por favor mesmo, Ana, me
escreva;
caso contrário, poderia pelo menos me dizer onde está o controle remoto da
televisão?

De seu saudoso ex-marido

"Não importa mais quem atirou a flecha, o que importa é arrancá-la".
(Dalai Lama)

"Quem olha para fora, sonha; quem olha para dentro, acorda!"
(C.G.Jung)

[28_Condor]

S!

:lmao: :lmao: :lmao:



SP!

[22_Ponte]

Sensacional!

[widowmaker]

Meu herói...

Qro ser ele qndo crescer

[31_CrossBones]

S!


Muito bom

SP!